Oi, pessoal!
Esta página é dedicada exclusivamente a António Zambujo (Beja, 19 de setembro de 1975), um dos grandes nomes da música contemporânea portuguesa.
Boa audição!
“Pica do 7”
De manhã cedinho eu salto do ninho
E vou pra paragem
De bandolete à espera do 7 mas não pela viagem
Eu bem que não queria
Mas um certo dia eu vi-o passar
E o meu peito séptico, por um pica de elétrico
Voltou a sonhar
A cada repique, que soa do clique
Daquele alicate
Num modo frenético, o peito séptico toca a rebate
Se o trem descarrila o povo refila
E eu fico num sino
Pois um mero trajeto no meu caso concreto
É já o destino
Ninguém acredita no estado em que fica
O meu coração
Quando o 7 me apanha
Até acho que a senha me salta da mão
Pois na carreira desta vida vã
Mais nada me dá a pica que o pica do sete me dá
Que triste fadário e que itinerário tão infeliz
Cruzar meu horário
Com o dum funcionário de um trem da carris
Se eu lhe perguntasse
Se tem livre passe pró peito de alguém
Vá-se lá saber
Talvez eu lhe oblitere o peito também
Ninguém acredita no estado em que fica
O meu coração
Quando o 7 me apanha
Até acho que a senha me salta da mão
Pois na carreira desta vida vã
Mais nada me dá a pica que o pica do sete me dá
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“Injuriado”
(Letra de Chico Buarque)
Se eu só lhe fizesse o bem
Talvez fosse um vício a mais
Você me teria desprezo por fim
Porém não fui tão imprudente
E agora não há francamente
Motivo pra você me injuriar assim
Dinheiro não lhe emprestei
Favores nunca lhe fiz
Não alimentei o seu gênio ruim
Você nada está me devendo
Por isso, meu bem, não entendo
Porque anda agora falando de mim
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“Fado desconcertado”
Ensaiava eu meus fados
quando entraste desabrida
nós não estávamos zangados
mas vi-te os olhos molhados
e o dedo apontado à ferida
Disseste que não te ligo
que até esqueci onde moro
que só vejo o meu umbigo
e, embora viva contigo
é com o fado que namoro
Fiquei tão desconcertado
por te saber infeliz
que, mesmo desafinado
te pedi perdão num fado
por tanto mal que não fiz
Desde então, se estás carente
de coração apertado
passas sem medo entre a gente
e, sentada á minha frente
pedes que cante esse fado
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“Não vale mais um dia”
Não vale mais um dia que uma hora
se um dia não disser isto que digo
não há dia na vida que eu não morra
para ter uma hora só contigo
Ai se eu te amasse mais do que sabia
ai se eu soubesse o que já sei agora
não vale mais a vida do que um dia
não vale mais um dia que uma hora
Por cada amor que passa nós morremos
morremos desse amor enquanto dura
só quando a vida passa é que sabemos
se o amor é doença, nao tem cura
Não vale mais um dia que uma hora
não vale mais a dor que a despedida
a hora em que tu te foste embora
não cabe num dia da minha vida.
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