Olá, pessoal!
No nosso post de hoje, apresentamos a vocês um dos maiores e mais influentes poetas brasileiros chamado Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987). Drummond, como todos os modernistas, soube proclamar a liberdade das palavras, uma liberdade idiomática capaz de criar modelos não convencionais.
Escolhemos um poema muito especial intitulado “Para sempre”, que fala sobre a eternidade das mães, acompanhado do vídeo em que o próprio poeta o declama.
Para sempre
Por que Deus permite
Que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite
É tempo sem hora
Luz que não apaga
Quando sopra o vento
E chuva desaba
Veludo escondido
Na pele enrugada
Água pura, ar puro
Puro pensamento
Morrer acontece
Com o que é breve e passa
Sem deixar vestígio
Mãe, na sua graça
É eternidade
Por que Deus se lembra
– Mistério profundo –
De tirá-la um dia?
Fosse eu rei do mundo
Baixava uma lei:
Mãe não morre nunca
Mãe ficará sempre
Junto de seu filho
E ele, velho embora
Será pequenino
Feito grão de milho.
Bons estudos e até breve!
Cláudia V. Lopes