Entrega a domicílio ou em domicílio?

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Quem, pelo menos uma vez na vida, já não ficou em dúvida em relação às expressões “a domicílio e em domicílio”? Qual é a forma correta? Antes de tudo, vamos refletir um pouco: os verbos dinâmicos (ir, dirigir-se, encaminhar-se, etc.) são regidos pela preposição “a” e os verbos estáticos (estar, ficar, permanecer, etc.) pela preposição “em”.

Contudo, pelo que pude perceber das leituras que fiz, a norma padrão do português europeu coloca a língua sob uma perspectiva mais dinâmica, aceitado, inclusive, as formas “entrega a/ao domicílio“.

Vale ressaltar que o verbo entregar admite regências diferentes:

1) bitransitivo no sentido de dar, pagar, restituir, denunciar, vender – ex.: Entreguei o livro à minha amiga;

2) transitivo direto no sentido de trair – ex.: entregaram o delator.

Em relação às formas “a domicílio e ao domicílio”, o substantivo entrega define uma modalidade de entrega e não o movimento de um lugar para o outro. Se estamos falando de um domicílio específico, podemos também dizer “entrega no domicílio” e “dar aulas em casa ou no domicílio”.

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No português brasileiro, o raciocínio é bem diferente, pois os seguidores da gramática normativa afirmam que a expressão correta é “entrega em domicílio“, uma vez que se trata de um verbo estático, sobretudo em função do paralelismo estabelecido com a expressão “entrega em casa” (do dicionário Houaiss “entrega em domicílio: serviço que leva ao endereço do usuário ou comprador o seu pedido ou algo que lhe foi enviado). Por outro lado, aceitam o uso da preposição “a” com os verbos dinâmicos enviar, ir, levar, dirigir-se, dentre outros:

Exemplos:

Verbos estáticos

Entregamos pizzas em domicílio.
– Atendem-se os clientes em domicílio.
– Dou aulas de italiano em domicílio.

Verbos dinâmicos

– Levamos as compras a domicílio.
– Vou a domicílio dar aulas de italiano.
– Levam-se encomendas a domicílio.

Acho, contudo, que se trata de duas expressões muito problemáticas, considerando que não há uma uniformização em relação ao seu uso. Os gramáticos menos tradicionalistas entendem o verbo “entregar” não como um verbo estático, mas dinâmico regido pela preposição “a” e, talvez, exatamente por isso, “entrega a domicílio” seja a expressão mais usada pelos brasileiros.

Até breve e bons estudos!

Cláudia Valéria Lopes

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DE MAIS ou DEMAIS?

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Olá, pessoal!

Vocês sabem qual é a diferença entre “de mais” e “demais“? Já ficaram em dúvida entre um e outro na hora de escrever? Se a resposta for sim, vocês estão no lugar certo. Logo, prestem muita atenção, a diferença é sutil, mas muito significativa do ponto de vista semântico:

1) De mais separado é uma locução adverbial, que significa o oposto de “de menos“, quando nos dá a ideia de quantidade.

Ex.: A salada tem sal de mais para o meu gosto.

Todas as vezes que houver dúvida, tentem substituir "de mais" por "a mais".

2) Demais junto pode ser:

a) advérbio com significado de “em excesso”, “além da conta”, “além da justa medida” – ex.: Nunca é demais relembrá-lo que temos que chegar ao aeroporto às 7 horas da manhã; Por que você fala demais?;  “demasiadamente/em demasia”, “em maneira muito forte” – ex.: Gostei demais do seu texto!; Eles se amam demais.

b) pronome indefinito:

  1. como substantivo, com significado de “os outros”, “os que sobram ou os que são selecionados, escolhidos” – ex.: O senhor pode sair, os demais devem ficar.
  2. como adjetivo, com significado de “os outros” – ex.: Apresento-lhe os demais membros da empresa.
Ademais é um advérbio pouco usado que significa "além disso", "além do mais" - Ex.: Não consegue aprender com facilidade, ademais é muito desatento.

Até breve e bons estudos!

Cláudia Valéria Lopes

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A vaca foi para o brejo

vaca ir para o brejo

Oi, pessoal!

Vocês conhecem expressão brasileira “a vaca foi para o brejo”? O brejo é um terreno alagadiço, lodoso, também denominado pântano. Em tempos difíceis e de seca, o gado vai em direção a brejos ou terrenos alagadiços, pantanosos, à procura de água.

Quando uma vaca vai para o brejo, acaba dando muito trabalho para ser removida, pois fica completamente atolada e pode até morrer, daí a expressão ter adquirido uma conotação negativa, indicando uma situação difícil e ruim ou que não se concretiza.

Exemplo:

Com a crise econômica, o nosso projeto de ir para a Itália no próximo ano foi para o brejo.

Variante: A vaca foi para o brejo de corda e tudo. 

Até breve e bons estudos!

Cláudia V. Lopes

Origem do vocábulo “sincero”

Olá, pessoal!

O adjetivo “sincero” talvez sejam um dos mais usados pelos falantes do português, pois está presente em várias expressões, tais como: “para ser sincero/a”, “estou sendo sincero/a com você”, ou até mesmo em sua forma adverbial “sinceramente falando”, etc. Uma pessoa sincera é uma pessoa que fala o que sente, sem dissimular, sem artimanhas e sem esconder nada do outro. Mas qual é a sua origem?

sine cera

(créditos da imagem – strength4thejourney)

De acordo com estudos etimológicos, o vocábulo “sincero”, presente em várias línguas modernas, deriva da união de dois vocábulos latinos: sine e cera > sincerus, ou seja, sem mistura, por extensão: leal, franco, verdadeiro. Acredita-se, porém, que se tenha originado partir de um antigo hábito que alguns escultores desonestos de Roma tinham: passava-se uma cera especial em esculturas de mármore, a fim de esconder eventuais imperfeições e defeitos do próprio material, enganando, desse modo, os compradores.

Com o tempo, as pessoas que compravam as esculturas davam-se conta das imperfeiçoes e descobriam que tinham sido realizadas “cum cera“. O senado romano teria, então, decretado uma leia que obrigava que todas as esculturas fossem vendidas “sine cera“, isto é, sem cera, sem trapaça, dando origem ao vocábulo “sincero”.

Contudo, existe uma outra versão para a sua origem: os romanos, pelo que sabemos, apreciavam muito certos vasos que eram fabricados com uma cera tão pura e perfeita que os tornavam transparentes, sendo possível distinguir alguns objetos colocados dentro deles.

Não importa qual seja a versão mais confiável, o fato é que, com o passar dos séculos, o vocábulo começou a ser usado com a conotação que conhecemos hoje.

Até breve e bons estudos!

Cláudia V. Lopes

 

MAS e MAIS: quando usá-los?

Olá, pessoal!

Uma das dúvidas mais comuns da língua portuguesa (falada no Brasil) relaciona-se ao uso de “mas” e “mais“, que pertencem a classes gramaticais diferentes: mas é uma conjunção adversativa, que nos dá ideia de oposição, e pode ser substituída por “contudo”, “todavia”, “entretanto”, etc.; mais é um advérbio de intensidade/quantidade; oposto de menos.

No português brasileiro, a distinção fonética entre um é outro é mínima ou nula, pois os falantes tendem a pronunciar “mas” [mais], praticamente como pronunciam “mais” [mais]. No português europeu, isso não acontece, simplesmente porque a conjunção mas é pronunciada [mɒs], determinando, desse modo, a distinção fonética em relação ao advérbio mais.

Prestem atenção nos exemplos:

mas e mais_1

Exemplos com “mas” e “mais” juntos na mesma frase:

a) Queria comer mais sorvete de limão, mas acabou.

b) No próximo domingo tenho uma festa, mas terei que ir embora mais cedo: tenho uma prova de português na segunda-feira.

Até breve e bons estudos!

Claudia V. Lopes

O significado das coisas – Amor platônico

O amor platônico é a forma mais romântica e sublime de amor que possa existir, pois elimina completamente o aspecto físico e sensual para se concentrar apenas na alma. Essa expressão tão conhecida nasce a partir de uma teoria de Platão. Todavia, o termo amor platonicus como sinônimo de amor sacraticus foi cunhado por Marsílio Ficino (1433 – 1499), filósofo, astrólogo e o maior representante do Humanismo florentino.

amor platonico

(Detalhe, Madona Sistina – Raffaello Sanzio)

Em ambos os casos, trata-se de um amor que não há nada de físico, mas de espiritual, que se aproxima da perfeição divina. Como podemos perceber, a expressão que se tornou popular por indicar a ausência do amor carnal tem, na realidade, um valor muito mais profundo. Na língua corrente, esse tipo de amor é entendido como amor a distância, ou seja: não podemos nos aproximar do ser amado, não o podemos tocar, mas somente idealizá-lo como imagem de perfeição divina.

Platão (em grego antigo: Πλάτων, transl. Plátōn, "amplo", Atenas, 428/427 – Atenas, 348/347 a.C.) foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. (Wikipédia)
Algumas frases de amor de Platão
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(créditos: petaladerosa)

“Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o amor toma conta dele.”

“Só pelo amor o homem se realiza plenamente.”

“Quem ama extremamente, deixa de viver em si e vive no que ama.”

“Todo homem é poeta quando está apaixonado.”

“O amor é a busca do todo.”

Até breve e bons estudos!

Cláudia V. Lopes

 

Sobre o porque e outros porquês

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Olá, pessoal!

Se entender o uso dos “porquês” é uma problema para os falantes de língua portuguesa, imaginem com será para os estrangeiros que a estão estudando! O uso dos “porquês” sempre foi um assunto muito complexo, pois suscita sempre muitas dúvidas na hora de usá-los. O que tenho visto por aí, sobre tudo nas redes sociais, é que cada um adota a forma que mais lhe convém, que é quase sempre “pq” (forma abreviada que abarca todos os porquês). Porém, vamos tentar entender juntos quais são as principais diferenças e quando devemos usar cada uma deles.

Leiam o trecho abaixo, tirado do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, em que é possível ver quatro “porquês” consecutivos:

“— Estou muito zangada com o senhor. — Dizia ela.
Por quê?
Por que… Não sei por quePorque é minha sina… Creio que às vezes que é melhor morrer.
Tinham penetrado numa pequena moita: Era lusco-lusco; eu segui-os. O Vilaça levava nos olhos umas chispas de vinho e de volúpia.
— Deixe-me, disse ela.
— Ninguém nos vê. Morrer, meu anjo? Que ideias são essas! Você sabe que morrerei também… Que digo?… Morro todos os dias, de paixão, de saudades…!”

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Memórias Póstumas de Brás Cubas (Capítulo XII)
Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um escritor brasileiro, amplamente considerado como o maior nome da literatura nacional.

Prestem atenção!

1) “Por que” separado tem dois empregos:

a) se houver a união da preposição “por” + pronome interrogativo ou indefinido “que” terá significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:

– Por que (por qual motivo, razão) você não veio ontem à universidade?

Não sei por que (por qual motivo, razão) estou tão cansada

b) se houver a união da proposição “por” + pronome relativo “que” terá o significado de “pelo qual”:

– As cidades por que (pelas quais*) passamos eram realmente belíssimas. 

* pelo qual, pelos quais, pela qual, pelas quais.

2) “Por quê” quando usado antes de um ponto (final, interrogativo, exclamativo) deverá ser acentuado, com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”:

 Vocês não saíram ontem? Por quê? (por qual motivo, razão)

 3) “Porque” é uma conjunção causal com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”:

– Não viajamos porque estávamos sem dinheiro. (pois; uma vez que)

– Carla não quis sair porque estava cansada. (pois; uma vez que)

4) Porquê é um substantivo com significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral:

– Não entendo o porquê dessa sua tristeza. (o motivo, a razão)

– Dê-me um porquê para não conversarmos agora. (uma razão, um motivo)

Até breve e bons estudos!

Claudia V. Lopes

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Para sempre – Carlos Drummond de Andrade

 

para sempre

Olá, pessoal!

No nosso post de hoje, apresentamos a vocês um dos maiores e mais influentes poetas brasileiros chamado Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987). Drummond, como todos os modernistas, soube proclamar a liberdade das palavras, uma liberdade idiomática capaz de criar modelos não convencionais.

Escolhemos um poema muito especial intitulado “Para sempre”, que fala sobre a eternidade das mães, acompanhado do vídeo em que o próprio poeta o declama.

Para sempre

Por que Deus permite
Que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite
É tempo sem hora
Luz que não apaga
Quando sopra o vento
E chuva desaba
Veludo escondido
Na pele enrugada
Água pura, ar puro
Puro pensamento
Morrer acontece
Com o que é breve e passa
Sem deixar vestígio
Mãe, na sua graça
É eternidade
Por que Deus se lembra
– Mistério profundo –
De tirá-la um dia?
Fosse eu rei do mundo
Baixava uma lei:
Mãe não morre nunca
Mãe ficará sempre
Junto de seu filho
E ele, velho embora
Será pequenino
Feito grão de milho.

Bons estudos e até breve!

Cláudia V. Lopes

A estrutura da frase na língua portuguesa

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Olá, pessoal!

No nosso post de hoje, estudaremos um pouco sobre a estrutura da frase na língua portuguesa, que talvez seja um dos pontos mais críticos não só para estrangeiros, mas também para falantes de português. Aprender os diferentes tempos e modos verbais não é difícil, e tenho certeza de que muitos de vocês sabem as conjunções de cor e salteado. O problema apresenta-se, quando temos que combiná-los com coerência e coesão, sobretudo num texto escrito.

Antes de tudo, é importante que vocês saibam que a língua portuguesa é considerada uma língua SVO, que é a sigla que indica uma estrutura oracional do tipo sujeito-verbo-objeto: o sujeito surge primeiro, seguido do verbo e, por último, do objeto. Vale ressaltar que mais de 75 % das línguas do mundo seguem essa estrutura, sendo, por isso, uma das mais comuns. No alemão, latim, japonês e em algumas outras línguas a estrutura mais comum é a SOV (sujeito, objeto, verbo).

Para que possamos iniciar os nossos estudos, vamos primeiro entender alguns termos que nos acompanharão daqui para frente.

Frase, período, oração:

Embora haja numerosas definições para o termo “frase“, adotaremos apenas um, tentando desambiguá-lo, sempre que possível, em relação aos seus sinônimos, nem sempre perfeitos, “período” e “oração“.

A frase é a reunião de palavras que forma sentido completo e estabelece comunicação. Além disso, pode “expressar um juízo, indicar uma ação, estado ou fenômeno, transmitir um apelo, uma ordem ou exteriorizar emoções” (Othon M. Garcia). A frase, no português, é geralmente estruturada a partir de dois termos essenciais: sujeito e predicado. Todavia, existem orações ou frases sem sujeito: na frase “saímos”, por exemplo, o sujeito é classificado como implícito, embora a terminação do verbo nos diga, claramente, que se trata da primeira pessoa do plural “nós” do verbo “sair”. O que significam os termos sujeito e predicado?

  • sujeito é o termo da oração sobre o qual se anuncia algo e que concorda com o verbo em número e pessoa;
  • predicado é o elemento da oração que declara algo sobre outro, que é exatamente o sujeito.

De qualquer forma, é muito importante entendermos qual é o núcleo significativo da declaração: se estiver no verbo, teremos predicado verbal; se estiver em algum nome, teremos predicado nominal, típico das frases que possuem um verbo de ligação (ser, estar, andar, ficar, etc.):

a) Os meninos jogam carta. (predicado verbal – o sujeito é “os meninos”, que concorda em numero e pessoa com o verbo “jogar”. O predicado é “jogam carta“; núcleo “jogam“);

b) Ana é africana. (predicado nominal – o sujeito é “Ana”; a declaração referente à “Ana” é “é africana“; núcleo “africana“).

Para que uma frase seja considerada uma oração é necessário que o enunciado tenha sentido completo e que tenha verbo ou locução verbal:

  • Os estudantes acabaram de fazer a prova de matemática.
  • Estou fazendo o possível para terminar logo.
  • Convém que te apresses – (há duas orações em relação de subordinação, mas só uma frase).
Temos uma locução verbal quando dois ou mais verbos têm valor de um, expressão que é sempre composta por verbo auxiliar + verbo principal: está estudado = estuda; ia falando = falava.

A oração pode ser, em alguns casos, sinônimo de frase e período simples, quando exprime um pensamento completo que termina com um sinal de pontuação: ponto final (.), ponto de exclamação (!), ponto de interrogação (?).

Sobre esses pontos mais complexos, falaremos no próximo post.

Até breve e bons estudos!

Claudia V. Lopes

Após ou depois?

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Olá, pessoal!

No nosso post de hoje, iremos estudar algumas diferenças entre o advérbio “depois” (de + latim post) e a preposição “após” (do latim ad+post), bem como entender em que contextos podem ser usados em modo distinto, como sinônimos ou, até mesmo, substituídos por outros termos. Num modo geral, ambos são usados indiscriminadamente na fala, embora convenha adotar uma padronização em situações mais formais, sobretudo na escrita, como veremos a seguir:

a) após é usado para indicar posterioridade no espaço:

A secretaria do hospital fica após o centro de pediatria.
A prefeitura fica após a escola.
O acidente aconteceu após aquela curva perigosa.

b) depois (seguido ou não da preposição “de“) é usado para indicar posterioridade no tempo:

– Por favor, tome os comprimidos depois das principais refeições.

– Podemos conversar depois?

– Depois de terminar a graduação, fará uma longa viagem pela Europa.

– Chegamos duas horas depois.

Deve-se EVITAR, porém, o uso de APÓS antes das formas nominais do verbo (infinitivo ou particípio):

- Coma somente depois de lavar as mãos.
- Qualquer medicamento perde a validade depois de aberto.

É preciso ter em mente que após é uma preposição e sua união com a preposição “a” gera redundância, por isso, é ERRADO dizer “após ao centro de pediatria“! E não devemos esquecer, também, que depois é um advérbio de tempo, razão porque é mais apropriado usá-lo come elemento que modifica o verbo: “dormirei agora e estudarei depois“, e não após.

Expressões consagradas com após:

Ano após ano; dia após dias.
Alguns casos de sinonímia e substituição

a) após/depois de (em sentido temporal):

Gosto de sentir o perfume de terra molhada após a chuva/depois da chuva.
Adormeceu, após alguns minutos/depois de alguns minutos.

b) após, atrás de, em seguida a (em sentido espacial):

Carlos sentou-se após a terceira fileira/atrás da terceira fileira/em seguida à terceira fila.

c) após/atrás de si:

Ela passou deixando após o rastro do seu perfume/atrás de si o rastro do seu seu perfume.

d) depois (de), atrás (de), detrás (de):

O teatro que vocês procuram fica depois/atrás/daquela daquela praça.

e) depois, além disso, ademais:

Nada falaria sobre sua vida privada, depois/além disso/ademais, isso não vinha ao caso.

Naturalmente, as informações contidas neste post não são exaustivas, cabendo, portanto, ao estudante consultar o dicionário ou uma boa gramática, sempre que houver dúvidas.

Até breve e bons estudos!

Claudia V. Lopes

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